Uma gama de matérias colecionadas a respeito de tecnologia, natureza, saúde e eventos mundiais, fique ligado no futuro!!!

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Diferenças do Cérebro Masculino e Feminino

Num dia cinzento de janeiro, Lawrence Summers - o presidente da Universidade Harvard - sugeriu que diferenças inatas na estrutura do cérebro masculino e do feminino poderiam ser um fator determinante para a relativa escassez de mulheres na ciência. As declarações reacenderam um debate que se desenrola há um século, desde que os cientistas que mediam a dimensão do cérebro de ambos os sexos começaram a sustentar a idéia, baseados em sua principal conclusão - a de que o cérebro feminino tende a ser menor -, de que as mulheres são intelectualmente inferiores aos homens.

Até hoje ninguém conseguiu nenhuma evidência de que as diferenças anatômicas tornem as mulheres incapazes de obter distinção acadêmica em matemática, física ou engenharia. E o cérebro de homens e mulheres comprovou ser muito semelhante em vários aspectos. Por outro lado, ao longo da última década, pesquisadores que estudam questões diversas, do processamento da linguagem à navegação, passando pela gravação de memórias emocionais, também revelaram uma série impressionante de variações estruturais, químicas e funcionais entre cérebro de homem e de mulher.

Essas divergências não são apenas idiossincrasias curiosas para explicar por que os homens gostam mais dos Três Patetas do que as mulheres. Elas suscitam a possibilidade de precisarmos desenvolver tratamentos específicos de acordo com o sexo para problemas como depressão, vício, esquizofrenia e transtorno do stress pós-traumático.

Estudiosos da estrutura e do funcionamento do cérebro devem levar em consideração o sexo de seus objetos de pesquisa ao analisar dados - e incluir tanto homens quanto mulheres em estudos futuros, para evitar resultados enganosos. 
Em abrangente relatório de 2001 sobre diferenças sexuais na saúde humana, a Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos afirmou que o sexo faz diferença. "O fato de ser macho ou fêmea é uma variável básica humana importante, que deve ser levada em conta ao projetar e analisar estudos em todas as áreas e em todos os níveis de pesquisas biomédicas e relacionadas à saúde."

Os neurocientistas ainda estão longe de identificar todas as diferenças ligadas ao sexo no cérebro e sua influência no processo cognitivo e na propensão a problemas cerebrais. De qualquer maneira, as pesquisas realizadas até hoje demonstram com certeza que as diferenças vão muito além do hipotálamo e do comportamento ligado ao acasalamento. Cientistas e clínicos nem sempre sabem exatamente qual é o melhor meio de avançar para decifrar toda a influência do sexo no cérebro, no comportamento e na resposta a medicamentos. Mas, um número cada vez maior de neurocientistas concorda que avaliar um sexo apenas e aprender sobre ambos já não é mais opção. 
(Larry Cahill)


Artigo completo: Scientific






Nasa descobre exoplanetas do tamanho da Terra

A missão Kepler da NASA acaba de descobrir os dois menores planetas fora do Sistema Solar (exoplanetas), com dimensões semelhantes à Terra e orbitando uma estrela parecida com o Sol.

De acordo com a agência espacial, pensa-se que os planetas descobertos sejam rochosos. O diâmetro de um deles, o Kepler 20f, ultrapassa um pouco mais o da Terra. O diâmetro do outro, o Kepler 20e, é ligeiramente menor que Vénus. Ambos encontram-se num sistema de cinco planetas batizado de Kepler 20 a aproximadamente mil anos-luz da constelação Lira.

Bem mais próximos da sua estrela do que o planeta Terra do Sol, os dois novos exoplanetas percorrem a sua órbita em menos de uma semana ou um mês.

O sistema extra-solar Kepler 20 tem mais três planetas, só que maiores, com tamanho similar ao de Netuno. Como explica a NASA, apenas estes três exoplanetas se encontram em ‘zona habitável’, onde a água pode ser detectada em estado líquido. Já os dois novos planetas descobertos têm temperaturas em superfície demasiado elevadas para permitir vida.

A sonda Kepler, lançada em Março de 2009, tem por missão observar mais de cem mil estrelas semelhantes ao Sol, com o objectivo de detectar planetas-irmãos da Terra suscetíveis à vida. O aparelho já descobriu 28 exoplanetas e recenseou 3.326 ‘planetas candidatos’, que continuam por confirmar por outros métodos.

“No jogo cósmico, encontrar um planeta com o tamanho e temperatura ideais é uma questão de tempo”, garante a astrónoma Natalie Batalha, na notícia divulgada pela NASA. “Estamos ansiosos por saber que as descobertas mais esperadas do Kepler ainda estão por vir”, acrescenta. (CienciaHoje)


Templo de Évora pode "É"vaporar


O Templo Romano de Évora, construído há dois mil anos, está pela primeira vez sendo  alvo de uma análise estrutural, com modernos equipamentos do século XXI, para diagnosticar o seu estado e propor planos de reabilitação e conservação.

Segundo o arqueólogo Rafael Alfenim, da DRCAlen, “o templo tem sido estudado de vários pontos de vista, sobretudo o arqueológico e o da história da arquitetura”, mas esta é a primeira vez que se faz uma análise desta natureza”.
A investigação é “fundamental” para um “bom diagnóstico” sobre o estado do templo, “em termos de conservação e da estabilidade da estrutura”, para se poder “atuar um dia, caso seja necessário, ou prevenir eventuais situações de risco existentes no momento”, continua.

O Templo Romano, do século I depois de Cristo, único no país e um dos mais notáveis da Península Ibérica, é um dos casos de estudo do mestrado coordenado pela UMinho, que envolve outras três universidades, de Espanha, Itália e República Checa.

Cinco alunos estrangeiros, em conjunto com investigadores da universidade portuguesa, terminaram hoje dois dias de recolha de dados em Évora. A equipa analisou as propriedades da estrutura, com recurso a equipamentos sofisticados, para diagnosticar o seu estado, nomeadamente em caso de risco sísmico.

“Estivemos a fazer três tipos de ensaios não destrutivos”, como a identificação dinâmica, para “medir as micro-vibrações da estrutura”, e a análise por ultras sons, para “perceber que tipo de rocha” dá corpo ao Monumento Nacional, explicou Daniel Oliveira, docente na UMinho e um dos responsáveis pelo mestrado.

Além disso, foi utilizado um geo-radar que, através de ondas eletromagnéticas, faz uma espécie de“radiografia” ao interior da rocha, para “perceber se há ligações entre os diversos sons”, o que, confirmaram, não existe.

Todos os dados obtidos pelos investigadores vão, seguidamente, incorporar modelos computadorizados, para se ter a “segurança de que representam a realidade”, disse.

“A partir daí, o objetivo será fazer o diagnóstico para perceber se o templo estará seguro”, sobretudo em caso de sismo, frisou Daniel Oliveira, admitindo desde já a hipótese de que num episódio sísmico “moderado a intenso” o monumento “não esteja seguro”.

O objetivo seguinte dos alunos, que devem terminar o trabalho até final de março, será “propor medidas de intervenção para preservar a segurança” do Templo Romano.

“Nós pensamos sempre que estas estruturas, por existirem há vários séculos, são eternas”, mas “são como nós” porque “nascem, crescem e morrem”, servindo este tipo de análises estruturais para que “se mantenham em saúde o máximo de tempo possível”, confirmou. (CiênciaHoje)


Relaxe, você está sendo Observado!

Em 2004, o Google lançou o Gmail: poderosa conta de e-mail com capacidade de armazenamento de um gigabyte – 500 vezes o que o Hotmail oferecia. Com tanta capacidade, o Gmail original nem sequer tinha o botão de excluir. E tudo gratuito.

Mas nem todos festejaram. O Gmail pagava por toda essa maravilha graças à exibição de pequenos textos de anúncio à direita de cada mensagem recebida, relacionados a seu conteúdo. Defensores de privacidade ficaram possessos. Parecia que, para eles, não importava o fato de que era um algoritmo de software e não um ser humano que vasculhava suas mensagens em busca de palavras-chave. O Electronic Privacy Information Center (Centro de Informação de Privacidade Eletrônica) exigiu o fechamento do Gmail, e um senador da Califórnia propôs um projeto de lei que tornava ilegal a pesquisa de conteúdo das mensagens recebidas.

Dois anos depois, um serviço chamado Futurephone permitia a qualquer um fazer uma quantidade ilimitada de chamadas internacionais gratuitas. Bastava discar uma linha em Iowa e então, após o sinal, digitar o número desejado. Não era preciso fornecer seu nome, endereço de e-mail ou qualquer outra informação.

Quando escrevi sobre o Futurephone para o New York Times, pensei estar fazendo um favor aos meus leitores, mas, em vez disso, deixei-os loucos tentando descobrir como a Futurephone ganhava dinheiro. Muitos concluíram que era um golpe muito elaborado para coletar números de telefone.

Mas por que, respondi em meu blog, o Futurephone teria todo esse trabalho se já existe uma lista telefônica nacional? Muito bem, meus preocupados leitores disseram então que, nesse caso, a Futurephone deve estar “ouvindo nossas conversas”.

Para muitas pessoas, parece que quanto mais tempo passamos on-line, mais ofertas de conveniência nos são feitas em troca de nossa privacidade. Cartões de fidelidade de supermercados nos oferecem descontos, mas também permitem rastrear o que estamos comprando e comendo. A Amazon.com nos saúda pelo nome e nos lembra o que já compramos. O Facebook reuniu o maior banco de dados de informações pessoais na história humana (mais de meio bilhão de pessoas). Os cartões de crédito deixam um rastro. Telefones dão às companhias telefônicas o registro de seus interlocutores.

Claro que existem boas razões para proteger certos aspectos de nossa privacidade. Não gostaríamos que informações médicas ou financeiras de nossa vida nos impedissem de conseguir um emprego ou até mesmo um encontro amoroso. Podemos não desejar que nossas proezas sexuais ou votos se tornem públicos.

Mas, além dessas exceções óbvias, os medos de falta de privacidade sempre foram mais uma reação emocional do que racional. (Alguém realmente se importa com que tipo de comida compramos? E, em caso afirmativo, isso faz alguma diferença?) E no mundo virtual, muito disso é simplesmente medo do desconhecido, do que é novo.

Com o tempo, conforme o desconhecido se torne familiar, cada nova onda de terror de privacidade on-line parece se desfazer. Ninguém se surpreende mais com os mapeamentos de propaganda do Gmail. 
E até mesmo pessoas de meia- idade e avós estão se inscrevendo no Facebook. E o Futurephone? Não existe mais. Blogueiros investigativos descobriram seu modelo de negócios mais provável: a empresa explorava um subsídio do governo, que pagaria ao Estado de Iowa alguns centavos por cada chamada de longa distância recebida. E Iowa estaria dividindo o lucro com o Futurephone.

A geração mais jovem não consegue sequer compreender por que os mais velhos se preocupam tanto com a privacidade. De fato, todo o apelo dos mais recentes serviços on-line é divulgar informações pessoais. De propósito. Os aplicativos Foursquare, Gowalla e Facebook Places divulgam até mesmo a sua localização atual, para que seus amigos possam seguir seus movimentos (e, claro, encontrá-lo).

Se você está entre aqueles que pensam que o Google ultrapassou os limites da privacidade com o Gmail, então certamente está surtando com todas essas novidades. O Google está coletando dados sobre o que assistimos (Google TV), aonde vamos (Google Maps), para quem ligamos (telefones Android), o que dizemos (Google Buzz) e o que fazemos on-line (navegador Google Chrome).

Mas algumas defesas de nossa privacidade acabaram há anos. O medo que você sente pode ser real, mas o risco de alguém realmente estar buscando detalhes tediosos sobre sua vida é certamente pequeno. Como o medo de voar, ataques de tubarões ou de raios, seu instinto pode não estar recebendo dados realistas de seu cérebro.



Por David Pogue: David Pogue é colunista de tecnologia pessoal do New York Times e ganhador do prêmio Emmy como correspondente da CBS News. (Scientific American)

Ateus são mal-vistos?


Nos Estados Unidos, os ateus são um dos grupos menos queridos: apenas 45% dos americanos dizem que votariam em um candidato à presidência que se declarasse ateu. Além disso, a falta de crenças religiosas faz com que essas pessoas não sejam consideradas, geralmente, um genro ou uma nora em potencial. 

Will Gervais, da University of British Columbia , publicou recentemente estudos que analisam por que os ateus são tão mal-vistos. De acordo com essas pesquisas, o motivo, essencialmente, é confiança. Durante os experimentos, Gervais e seus colegas apresentaram a voluntários uma história sobre um motorista que, acidentalmente, bate em um carro estacionado e não deixa informações para que o outro motorista possa acionar o seguro. Em seguida, os participantes foram convidados a escolher a probabilidade de que o personagem em questão fosse cristão, muçulmano, estuprador ou ateu. Os voluntários julgaram igualmente provável que o culpado fosse ateu ou estuprador e improvável que fosse muçulmano ou cristão.

Em um estudo distinto, Gervais examinou como o ateísmo influencia na contratação de funcionários. Durante a pesquisa, alguns voluntários precisavam “empregar” dois funcionários, um ateu e um religioso, em duas vagas distintas: uma para um cargo que exigia alto grau de confiança e outra baixo. Para o posto de alta confiança, em uma creche, os participantes se revelaram mais propensas a preferir o candidato religioso. Para a vaga de garçonete, no entanto, os ateus se saíram muito melhor.

Não foram apenas os voluntários extremamente religiosos que expressaram desconfiança em relação aos ateus. Pessoas que declararam não ter afiliação religiosa manifestaram opiniões semelhantes. Gervais e seus colegas descobriram que ateus não costumam confiar em quem também não tem crenças religiosas por julgar que as pessoas se comportam melhor quando acreditam que Deus as está observando. Essa convicção pode conter alguma verdade: Gervais e seu colega Ara perceberam que lembrar as pessoas sobre a presença de Deus tem o mesmo efeito que dizer que elas estão sendo observadas por alguém. Isso intensifica sentimentos de autoconsciência e as leva a se comportarem de maneiras socialmente mais aceitáveis.

Por Daisy Grewal: Daisy é doutora em psicologia social e pesquisadora na Stanford School of Medicine (Scientific American)

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Observatório divulga imagem de Nebulosa

O Observatório Europeu do Sul (ESO, na sigla em inglês) divulgou nesta quinta-feira a imagem da Nebulosa da Hélice, captada por meio do telescópio Vista (instalado no Observatório do Paranal no Chile). A fotografia tirada no infravermelho revela filamentos de gás da nuvem, que seriam invisíveis em imagens obtidas no óptico, ao mesmo tempo em que nos mostra ao fundo inúmeras estrelas e galáxias.
A Nebulosa da Hélice é um dos mais próximos e interessantes exemplos de nebulosas planetárias. Situa-se na constelação de Aquário, a cerca de 700 anos-luz de distância.
Segundo cientistas, este objeto formou-se quando uma estrela como o Sol se encontrava na fase final da sua vida. Incapaz de manter as camadas exteriores, a estrela libertou lentamente conchas de gás que formaram a nebulosa, estando agora a transformar-se numa anã branca - que pode ser observada no centro da imagem como um pequeno ponto azul.
A nebulosa é composta de poeira, material ionizado e gás molecular, dispostos num belo e intricado padrão em forma de flor, que brilha intensamente devido à radiação ultravioleta emitida pela estrela quente central. O anel principal da Hélice tem cerca de dois anos-luz de diâmetro, o que corresponde a cerca de metade da distância entre o Sol e a estrela mais próxima. No entanto, material da nebulosa expande-se desde a estrela até pelo menos quatro anos-luz - observe que o gás molecular vermelho pode ser observado em praticamente toda a imagem.
Embora difícil de observar no visível, o brilho emitido pelo gás da nebulosa, que se expande em camadas finas tênues, é facilmente captado pelos detectores especiais do Vista, os quais são muito sensíveis à radiação infravermelha. (Terra Ciência)

Imagem Recente:



















Facebook é a extensão da sua Personalidade

Você não deve ser tão diferente do que mostra ser em seu perfil do Facebook. Apesar de as redes sociais serem um instrumento perfeito para se projetar uma imagem irreal, um estudo concluiu que há uma forte conexão entre a personalidade do indivíduo e o comportamento exibido no Facebook.

Segundo uma pesquisa do Departamento de Psicologia da Universidade do Texas, os usuários do Facebook não são muito diferentes na vida real do que revelam nas 
redes sociais. Para esta análise, os pesquisadores recolheram respostas de questionários distribuídos a um grupo de pessoas, e depois compararam os resultados com as informações de seus perfis do Facebook.

Considerando cinco elementos dos traços de personalidade, como sinceridade, consciência, extroversão, amabilidade  e tendência à neurose, os pesquisadores também avaliaram os números de fotos no perfil, os grupos a que o usuário pertence, a quantidade de posts no mural e o total de amigos. Para o Professor Sam Gosling, o perfil e a forma como o indivíduo interage nas redes sociais diz muito a  seu respeito.

De acordo com os resultados, as pessoas consideradas mais extrovertidas possuem maior número de amigos e interagem mais em seus
perfis. Já as pessoas com menos consciência usavam o Facebook para procrastinar as tarefas durante o trabalho. O quesito “tendência à neurose” foi considerado o mais difícil de avaliar.


Sean MacEntee Flickr / Cristiane Nunes  - Creative Commons.

Monociclo Elétrico

Não tenho nada contra quem gosta do Segway, mas depois de andar em um Solowheel (Monociclo elétrico) na semana passada na CES, olho para essas pessoas da mesma forma que olhava os “pilotos” de velocípede quando passei andar de bicicleta
Diferentemente do Segway, o  Solowheel  têm apenas uma roda – e não há onde se segurar (aviso às crianças: mesmo que estejam com as mãos livres, não enviem mensagens de texto enquanto andam de Solowheel). Mas como o Segway, os sensores giroscópicos do Solowheel permitem virar, acelerar e desacelerar, andar para frente e para trás. Ele também reaproveita a energia quando desacelera ou desce uma ladeira, como um carro híbrido. Com uma carga completa da bateria de fosfato de ferro-lítio de 39V (LiFePO4) e o motor de 1kW, o Solowheel percorre de 24 a 32 quilômetros a 16 km/h.
Duas grandes diferenças entre os dois veículos são o preço e o tamanho. Um Solowheel novo é cerca de 25% mais barato que um Segway. E quando ambos são dobrados, o Segway cabe no porta-malas de um carro, enquanto o Solowheel fica do tamanho de um assento de banqueta, bem mais portátil.
Talvez seja difícil perceber isso, com tamanha desenvoltura e habilidade exibidas no vídeo abaixo, mas andar em um Solowheel requer alguma prática. A parte mais difícil é subir nele. Quem nunca andou em um tende a fixar um dos tornozelos no pad central, encostar em uma parede e virar o monociclo enquanto prende o tornozelo esquerdo, ficando em pé rapidamente. Os usuários mais avançados começam fixando só uma perna, dão um pulinho de skatista e encaixam a outra perna quando ele começa a andar.
A minha unidade de demonstração tinha rodinhas, o que é aceitável só se você andar em linha reta, mas não quando precisa virar. O truque para se manter equilibrado é ficar na posição mais ereta possível. E o centro do corpo não deve entrar na equação, como em um monociclo comum, a menos que você prefira se esborrachar como se tivessem puxado o tapete sob seus pés...
Obs: O Solowheel custa aproximadamente US$1.800,00
Scott Tharler - Discovery Notícias





Exercícios Físicos Também ajudam as Células

Além de nos ajudarem a manter a forma, exercícios físicos parecem desempenhar um papel importante na prevenção de doenças crônicas como o diabetes. Um novo estudo mostra como a atividade em nível celular pode estar nos mantendo saudáveis quando nos exercitamos.

O processo em questão é a autofagia — mecanismo celular de reciclagem de componentes internos —, que ajuda a manter as células ágeis e capazes de se ajustarem às diferentes necessidades energéticas e a condições nutricionais. Em camundongos, os exercícios estimulam a aceleração da autofagia em músculos do coração e no esqueleto. O novo relatório, publicado on-line pela Nature, descreve como essa autofagia adicional pode ajudar a inibir a resistência à insulina (precursora do diabetes).

Para chegar a essa conclusão, a equipe de pesquisa liderada por Congcong He, do Southwestern Medical Center, da University of Texas, comparou camundongos geneticamente modificados (para que não alcançassem o nível extra de atividade autofágica) com camundongos normais e analisou as consequências da prática de exercícios e de uma dieta com elevado teor de gordura. Os resultados mostraram que os animais modificados ganharam um pouco mais de peso devido à dieta rica em gordura e mostraram-se um pouco menos ativos do que seus colegas do outro grupo. Embora os camundongos normais tenham apresentado maior resistência à insulina após se exercitarem e, assim, tenham se tornado menos propensos ao diabetes, os roedores mutantes não induzidos à atividade autofágica extra não parecem beneficiar-se dos exercícios.


Katherine Harmon - Scientific Brasil

Toxinas no Dia a Dia


Susan começa o dia correndo pelas ruas da cidade, cortando caminho por um milharal para tomar um chá de ervas no centro e voltando para casa para um banho. Isso soa como uma rotina matutina saudável, mas ela está de fato se expondo a uma galeria perigosa de produtos químicos: pesticidas e herbicidas no milho, plastificantes no seu copo de chá e uma ampla gama de ingredientes usados para perfumar seu sabonete e aumentar a eficiência de seu xampu e condicionador. 

A maioria dessas exposições é baixa o suficiente para ser considerada trivial. Mas elas não são desprezíveis de forma alguma, em especial porque Susan está grávida de seis semanas. Cientistas estão cada vez mais preocupados com o fato de que até mesmo níveis extremamente reduzidos de alguns poluentes ambientais podem ter efeitos danosos significativos no nosso organismo. Alguns dos produtos químicos que estão à nossa volta têm a habilidade de interferir com o sistema endócrino, responsável pela regulação dos hormônios que controlam peso, biorritmo e reprodução. Hormônios sintéticos são usados clinicamente para evitar a gravidez, controlar os níveis de insulina em diabéticos, compensar uma glândula tiroide deficiente_ e aliviar sintomas da menopausa. Você não pensaria em tomar essas drogas sem uma prescrição médica, mas, sem saber, fazemos algo semelhante todos os dias. 

Um número crescente de médicos e cientistas está se convencendo de que essas exposições a produtos químicos contribuem para a obesidade, endometriose, diabete, autismo, alergias, câncer e outras doenças. 

Estudos em laboratório – principalmente com ratos, mas também em humanos – têm demonstrado que níveis baixos de produtos químicos que interrompem o sistema endócrino induzem a mudanças sutis no feto em desenvolvimento, o que acaba tendo efeitos profundos na saúde durante a vida adulta e até em gerações posteriores. Os produtos químicos que uma grávida consome durante o curso de um dia típico podem afetar seus fi lhos e seus netos. Isso não é apenas um experimento de laboratório: vivemos isso. Muitos de nós,_nascidos nos anos 1950, 1960 e 1970, fomos expostos no útero ao dietilestilbestrol, ou DES, um estrógeno sintético prescrito a mulheres grávidas em uma tentativa equivocada de evitar abortos espontâneos. 

Um artigo na edição de junho do New England Journal of Medicine chamou de “impactantes” as lições aprendidas a respeito do efeito na vida adulta da exposição de fetos humanos ao DES. Nos_Estados Unidos, duas agências federais, a_Food and Drug Administration (Agência de Alimentos e Drogas) e a Environmental Protection Agency (Agência de Proteção Ambiental), são responsáveis por banir produtos químicos perigosos e assegurar que produtos químicos presentes em nossa alimentação e medicamentos foram amplamente testados. 

Cientistas e médicos americanos de diversas especialidades estão preocupados. Para eles os esforços das duas agências são insuficientes diante do complexo coquetel de produtos químicos no ambiente. Atualizando uma proposta de 2010, o senador Frank R. Lautenberg, de_Nova Jersey, propôs uma legislação este ano para criar o Safe Chemicals Act (Ato dos Produtos Químicos Seguros) de 2011. Se aprovado, as companhias químicas seriam obrigadas a demonstrar a segurança de seus produtos antes de comercializá-los. Isso é perfeitamente lógico, mas requer um programa de rastreamento e teste próprio para produtos que prejudicam o sistema endócrino. 

A necessidade desses testes foi reconhecida há mais de uma década, mas ninguém ainda elaborou um protocolo que funcione. 

Os legisladores também não podem interpretar a crescente evidência de estudos de laboratório, muitos deles com técnicas e métodos de análises impossíveis de imaginar quando os testes toxicológicos foram desenvolvidos nos anos 1950. É como fornecer a um criador de cavalos informações de sequência genética de cinco garanhões e pedir a ele ou ela que escolham o melhor cavalo. Interpretar os dados exigiria uma ampla gama de experiência clínica e científica. Por isso sociedades profissionais representando mais de 40 mil cientistas escreveram uma carta para o FDA e o EPA oferecendo seu conhecimento. As agências deveriam aceitá-lo. Cientistas acadêmicos e médicos precisam de um lugar à mesa com o governo e cientistas da indústria. Devemos isso a mães de toda parte, que querem dar a seus filhos a melhor chance de se tornarem adultos saudáveis.

Patricia Hunt Patricia Hunt é professora de genética da School of Molecular Biosciences da
Washington State University, Pullman. (Scientific American Br)

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Nanotecnologia Médica: Pílulas Robóticas

Uma viagem pelo corpo humano não é mais mera fantasia. Pequenos aparelhos logo poderão realizar cirurgias, administrar medicamentos e ajudar no diagnóstico de doenças

O filme VIAGEM FANTÁSTICA, a história de uma equipe de médicos miniaturizados percorrendo vasos sanguíneos para fazer operações salvadoras no cérebro de seus pacientes, era pura ficção científica quando foi lançado em 1966. Quando Hollywood o refilmou em 1985, como a comédia Viagem insólita, engenheiros do mundo real já haviam começado a construção de protótipos de robôs do tamanho de pílulas para viajar pelo trato gastrointestinal de um paciente em substituição do exame médico tradicional. As primeiras câmaras em cápsulas começaram a ser usadas em 2000, e desde então os médicos as têm utilizado para obter imagens de locais como as dobras internas do intestino delgado, difíceis de alcançar sem cirurgia.

Um aspecto importante de Viagem fantástica que se manteve como fantasia é a noção de que essas pílulas pudessem manobrar sozinhas, nadando em direção a um tumor para fazer uma biópsia, verificando uma inflamação intestinal ou mesmo administrando tratamento para uma úlcera. Nos últimos anos, no entanto, os pesquisadores fizeram progressos no sentido de converter os elementos básicos de uma câmara encapsulada passiva em um robô ativo em miniatura. Protótipos avançados, hoje testados em animais, têm pernas, propulsores, lentes sofisticadas e sistemas de controle sem fio. Em breve, esses pequenos robôs poderão estar prontos para os testes clínicos. Neste momento, avaliam-se os limites da robótica miniaturizada.

O trato digestivo é a fronteira inicial. A primeira câmara em pílula sem fio, a M2A, lançada em 1999 pela companhia israelense Given Imaging, e modelos subsequentes demonstraram a utilidade do exame do sistema gastrointestinal com um aparelho sem fi o. Essa prática, conhecida como cápsula endoscópica, é agora de forma rotineira usada na medicina. Infelizmente, a falta de controle humano dessas câmaras leva a uma alta taxa de falsos negativos – elas não captam áreas problemáticas, o que é inaceitável para uma ferramenta de diagnóstico. Se o propósito de observar o interior do corpo é procurar doenças ou analisar mais de perto uma suspeita de problema, um médico quer acima de tudo parar a câmara e manobrá-la para inspecionar uma região que lhe interesse.

Transformar uma cápsula passiva em um aparelho mais confiável para um exame gastrointestinal requer a adição de apêndices móveis, ou atuadores, para impulsioná-la pelo corpo ou atuar como ferramentas para manipular os tecidos. A operação dessas partes móveis exige uma transmissão veloz e sem fi o de imagens e instruções. As pílulas devem se tornar pequenos robôs capazes de responder rapidamente às ordens do técnico. Todos esses componentes precisam de energia suficiente para completar suas tarefas durante uma jornada que pode levar até 12 horas. E tudo isso deve caber em um recipiente de 2 cm3 que um paciente possa engolir.

Por Paolo Dario e Arianna Menciassi: Paolo Dario e Arianna Menciassi são professores de robótica biomédica da Scuola Superiore Sant'Anna, em Pisa, na Itália. Dario, inventor do primeiro robô colonoscópico autopropelido, nos anos 90, foi pioneiro também no desenvolvimento de aparelhos endoscópicos robóticos capsulares sem fi o, trabalhando com a sul-coreana Intelligent Microsystems Center e em parceria com pesquisadores robóticos europeus. Menciassi, que colabora com Dario há dez anos, especializou-se em microengenharia para cirurgias minimamente invasivas e nanotecnologia médica. (Scientific American Br)

A Linguagem Modela o Pensamento?

Diferentes idiomas afetam de maneiras distintas a percepção do mundo

Estou diante de uma menina de 5 anos em pormpuraaw, uma pequena comunidade aborígene na borda oeste do Cabo York, no norte da Austrália Quando peço para ela me mostrar o norte, ela aponta com precisão e sem hesitação. A bússola confirma que ela está certa. Mais tarde, de volta a uma sala de conferências na Stanford University, faço o mesmo pedido a um público de ilustres acadêmicos, ganhadores de medalhas de ciência e prêmios de gênios. Peço-lhes para fechar os olhos (para que não nos enganem) e apontem o norte. Muitos se recusam por não saberem a resposta. Aqueles que fazem questão de se demorar um pouco para refletir sobre o assunto, em seguida apontam em todas as direções possíveis. Venho repetindo esse exercício em Harvard e Princeton e em Moscou, Londres e Pequim, sempre com os mesmos resultados.

Uma criança de cinco anos de idade em uma cultura pode fazer algo com facilidade que cientistas eminentes de outras culturas lutam para conseguir. O que poderia explicar isso? Parece que a resposta surpreendente é a linguagem.

A noção de que diferentes idiomas possam transmitir diferentes habilidades cognitivas remonta a séculos. Desde 1930, essa associação foi indicada pelos linguistas americanos Edward Sapir e Benjamin Lee Whorf, que estudaram como as línguas variam, e propuseram maneiras pelas quais os falantes de idiomas distintos podem pensar de forma diferente. Na década de 70, muitos cientistas ficaram decepcionados com a hipótese de Sapir-Whorf, e ela foi praticamente abandonada. Mas agora, décadas depois, um sólido corpo de evidências empíricas demonstrando como os diferentes idiomas modelam o pensamento finalmente emergiu. As evidências derrubam o dogma de longa data sobre a universalidade e rendem visões fascinantes sobre as origens do conhecimento e a construção da realidade. Os resultados têm implicações relevantes para o direito, a política e a educação.

Ao redor do mundo, as pessoas se comunicam usando uma deslumbrante variedade de idiomas – mais ou menos 7 mil ao todo –, e cada um deles exige condições muito diferentes de seus falantes. Suponha, por exemplo, que eu queira dizer que vi a peça Tio Vânia na Rua 42. Em mian, língua falada em Papua, Nova Guiné, o verbo que usei revelaria se o evento acabou de acontecer, aconteceu ontem ou em passado remoto, enquanto na Indonésia, o verbo não denotaria sequer se o evento já aconteceu ou ainda está para acontecer. Em russo, o verbo revelaria o meu gênero. Em mandarim, eu teria de especificar se o tio do título é materno ou paterno e se ele está relacionado por laços de sangue ou de casamento, porque há vocábulos diferentes para todos esses tipos diferentes de tios e assim por diante (ele é irmão da mãe, como a tradução chinesa claramente expressa). E em pirarrã, língua falada no Amazonas, eu não poderia dizer “42”, porque não há palavras que expressem números exatos, apenas vocábulos para “poucos” e “muitos”.

Pesquisas em meu laboratório e em vários outros vêm descobrindo como a linguagem molda até mesmo as dimensões mais fundamentais da experiência humana: espaço, tempo, causalidade e relacionamentos com os outros.

Por Lera BoroditskyLera Boroditsky é professora-assistente de psicologia cognitiva da Stanford University e editora-chefe de Frontiers in Cultural Psychology. Seu laboratório faz experimentos em todo o mundo, concentrando-se em representações mentais e nos efeitos do idioma na cognição.(Scientific American Br)

Quem inventou a Cerveja?

“A civilização responsável por essa adorada bebida deve ter sido muito antiga, mas ainda não sabemos quem a fabricou pela primeira vez”, explica Christine Hastorf, em uma palestra na New York University.

Hastorf, antropóloga da University of California, conta que a evidência documentada da fabricação de cerveja remonta a milhares de anos, "Infelizmente, nós não temos uma história muito concreta para contar". Procurando por resquícios de incêndios em antigos assentamentos, Hastorf explica, "não podemos dizer que eles estavam fazendo cerveja ou não."

Um lugar em que certamente fabricavam cerveja é a Mesopotâmia, onde existem registros de comércio da bebida por volta de 4000 a.C. Os sumérios eram tão encantados com a cerveja que veneravam Ninkasi, deusa da cerveja. Existem versos à deusa que dizem: "Ninkasi, você é quem derrama a cerveja filtrada no barril coletor / É o avanço do Tigre e do Eufrates".

"Quem tem uma “deusa da cerveja”, que não se preocupa com cerveja?", pergunta Hastorf ironicamente. "Acho justo dizer que a cerveja era importante na vida da Mesopotâmia". Talvez porque Ninkasi era uma divindade feminina, e a suméria era o reino das mulheres.

O Antigo Egito também tem um recorde de produção de cerveja há milhares de anos atrás, incluindo detalhes sobre ingredientes e processos que inspiraram cervejarias modernas, como a Newcastle e a Kirin a fazer suas próprias fac-símiles. Existia uma fabricação de cerveja em larga escala no Egito, segundo Hastorf: "Não eram apenas tabernas e microcervejarias, as mulheres produziam para suas famílias".

Talvez, milhares de anos atrás as cervejas eram benefícios à saúde, devido ao seu valor nutricional e sua importância como um líquido purificado para beber em locais onde o abastecimento de água era inseguro.

A cerveja é relativamente fácil de ser produzida e pode ser feita a partir de praticamente qualquer coisa, tudo que você precisa é de água, calor e alguma forma de carboidrato, junto com enzimas e leveduras que são abundantes na natureza. As várias linhas de evidência indicam que a cerveja pode muito bem ser tão antiga como cozinhar, que começou há pelo menos 250 mil anos atrás. "Quando as pessoas aproveitavam o fogo para cozinhar, elas provavelmente começaram a produzir cerveja", termina Hastorf.

(John Matson - Scientific American Br)

Fertilização a Três?!

O governo britânico decidiu promover uma consulta pública a respeito de uma polêmica técnica de fertilização, que envolve material genético de três pessoas e cujo objetivo é prevenir que doenças sejam transmitidas de mãe para filho.
A técnica substitui material genético defeituoso no óvulo para eliminar doenças raras presentes na mitocôndria (componente celular que tem a presença de material genético), como síndromes que podem causar a morte prematura de crianças.

Só depois da consulta pública sobre a "fertilização in vitro de três pessoas" - com o material de fertilização de duas mulheres e um homem -, o governo da Grã-Bretanha decidirá se o método, atualmente usado apenas em pesquisas, poderá sr aplicado em pacientes.
Um centro de pesquisa da Universidade Newcastle também investigará se a técnica é segura.

Defeitos hereditários

A mitocôndria pode ser encontrada em quase todas as células humanas, provendo a energia que essas células precisam para funcionar.
Como os núcleos da célula, a mitocôndria contém DNA, ainda que em pequenas quantidades.
Em média, um em cada 5 mil bebês nasce com problemas hereditários em seu DNA mitocondrial, cujos efeitos podem ser graves ou até mesmo fatais, dependendo de quais células são afetadas por eles.
Cientistas acreditam ter encontrado uma forma de substituir a mitocôndria defeituosa e, assim, eventualmente prevenir o feto de desenvolver uma doença.
A técnica consiste no uso de dois óvulos - um da mãe do feto, e outro de uma doadora. O núcleo do óvulo doado é então removido e substituído pelo núcleo do óvulo da mãe.
O embrião resultante tem, dessa forma, uma mitocôndria em tese saudável e ativa vinda da doadora.
O procedimento pode ser comparado a uma troca de bateria. Não tem, portanto, impacto no DNA do feto nem na determinação de fatores como a aparência da criança.

'Manipulação genética'

No entanto, ainda que o procedimento conte apenas com uma limitada contribuição genética da terceira pessoa - a doadora -, a técnica é criticada por alguns grupos, que defendem que tais manipulações genéticas trazem riscos.
Atualmente, seria necessária uma mudança legal na Grã-Bretanha para que o procedimento possa ser oferecido a pacientes.
Ao anunciar a consulta pública, o ministro britânico para Universidades e Ciência, David Willetts, disse que "cientistas fizeram uma descoberta importante e potencialmente salvadora de vidas ao conseguir prevenir doenças mitocondriais". Mas ele faz a ressalva de que, "com todos os avanços da ciência moderna, é vital que escutemos a opinião do público antes de considerar qualquer mudança".
A consulta deve durar até o final deste ano.
A ONG Wellcome Trust, que vai financiar as pesquisas da Universidade Newcastle, defende que a técnica em discussão pode ser útil na prevenção de doenças incuráveis.
"Saudamos a oportunidade de discutir com o público o porquê de acharmos que esse procedimento é essencial para darmos às famílias afetadas (por doenças mitocondriais) a chance de ter filhos saudáveis", afirmou.
Segundo Douf Turnbull, professor da Newcastle, a universidade recebe anualmente "centenas de pacientes cujas vidas são seriamente afetadas" por essas doenças.
(BBC Brasil)

Software reconstrói imagens de planetas fora do sistema solar

O astrobiologista Abel Mendez, da Universidade de Porto Rico, desenvolveu um software que pode recriar imagens em 3D de outros planetas, com realismo fotográfico.
Usando dados científicos obtidos por telescópios espaciais, o software reconstrói principalmente os chamados exoplanetas – que orbitam em uma estrela que não seja o sol, e por isso pertencem a outro sistema planetário.

No entanto, o programa – chamado Scientific Exoplanets Renderesis (SER) – também faz reconstruções históricas. É o caso da imagem da Terra há 240 milhões de ano, quando todos os continentes eram unidos na chamada pangeia.
Diferentemente das chamadas reconstruções artísticas, no SER tudo feito matematicamente, utilizando dados como o tamanho, a composição química, a temperatura do planeta, além da distância do satélite.
Imprecisão da Nasa
Ao comparar as imagens geradas pelo software que criou com as da Nasa, Mendez diz que, em muitos casos, as divulgadas pela agência americana pouco condizem com a realidade.
O cientista diz, por exemplo, que a reconstrução da Nasa do exoplaneta Kepler 22-b, descoberto no início deste mês, é imprecisa. Segundo ele, foi usada uma cor correta, mas ele não acha que haja nuvens como as da imagem divulgada.
Além de planetas rochosos e com oceanos, o software também está capacitado para gerar imagens de estrelas ou gases, incluindo reconstruções realistas de nuvens e efeitos climáticos.
Uma versão beta do programa está sendo testada atualmente, mas o software final será lançado no ano que vem.
(BBC Brasil)

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Sete medidas para evitar Alzheimer

Pesquisadores americanos divulgaram a lista de sete medidas que poderiam evitar milhões de casos do mal de Alzheimer em todo o mundo.
Os sete fatores são ligados a estilo de vida: não fumar, ter uma dieta saudável, prevenir o diabetes, controlar a pressão arterial, combater a depressão, fazer mais atividades físicas e aumentar o nível de educação.
Os detalhes da investigação foram divulgados na revista científica The Lancet e apresentados na Conferência Internacional da Associação de Alzheimer, que ocorre em Paris.De acordo com o estudo dos cientistas da Universidade da Califórnia, em São Francisco, a metade dos casos da doença no mundo se devem a falta destas medidas de saúde e basta uma redução de 25% nos sete fatores de risco para evitar até 3 milhões de casos.
Causas
As causas do mal de Alzheimer, forma mais comum de demência, ainda não são totalmente conhecidas. Mas, os estudos demonstraram que vários fatores estão ligados à doença, incluindo fatores genéticos, idade e estilo de vida.
Pesquisas já realizadas mostraram que vários fatores de risco podem ser modificados para evitar a doença, como por exemplo, doenças cardiovasculares, níveis de atividade física, estímulo mental e dieta.
Mas, até o momento, não estava claro até que ponto uma pessoa poderia evitar o Alzheimer modificando algum destes fatores de risco.
Para conseguir esta resposta, os pesquisadores usaram um modelo matemático sobre os riscos do Alzheimer no mundo todo.
Com este modelo, os cientistas calcularam a porcentagem global de casos de Alzheimer que poderiam ser atribuídos a diabetes, hipertensão, obesidade, tabagismo, depressão, baixo nível de educação e falta de atividade física.
Os resultados mostraram que a metade dos casos da doença no mundo parecem ser causados por estes fatores, que estão ligados ao estilo de vida e podem ser modificados.
Educação
O fator que parece causar a maior porcentagem de casos da doença, segundo os pesquisadores, é o baixo nível educacional (19%), seguido pelo tabagismo (14%), falta de atividade física (13%), depressão (11%), hipertensão na meia idade (5%), obesidade na meia idade (2%) e diabetes (2%).
Juntos, estes sete fatores de risco contribuem para os 17,2 milhões de casos de Alzheimer no mundo, o que corresponde a 51% dos casos globais da doença.
"Nos surpreendeu descobrir em nosso modelo que os fatores de estilo de vida, como o baixo nível educacional, falta de atividade física e tabagismo parecem contribuir para um número maior de casos de Alzheimer do que as doenças cardiovasculares", disse Deborah Barnes, que liderou o estudo.
"Mas isto sugere que mudanças relativamente simples no estilo de vida podem ter um impacto dramático no número de casos de Alzheimer no decorrer do tempo", acrescentou.
A pesquisadora destacou, no entanto, que estes são apenas cálculos matemáticos e serão necessários estudos mais amplos em várias populações para comprovar estes dados.
Mesmo assim, segundo os pesquisadores, estes cálculos são uma "suposição importante " e qualquer coisa que ajude a evitar a grande carga que esta doença significa para os serviços de saúde é positiva.
Eis os sete passos de forma objetiva:
-Praticar mais atividade física
-Não fumar
-Ter uma dieta saudável
-Controlar a pressão arterial
-Evitar o diabetes
-Combater a depressão
-Aumentar o nível de educação



Funções do Cérebro podem começar a se deteriorar aos 45 anos

Um estudo realizado pela University College de Londres (UCL) indicou que as funções do cérebro podem começar a se deteriorar já aos 45 anos de idade.
Entre mulheres e homens com idades entre 45 e 49 anos, os cientistas perceberam um declínio no raciocínio mental de 3,6%.
As conclusões contradizem pesquisas anteriores sugerindo que o declínio cognitivo só começaria depois dos 60. O estudo, publicado na revista científica British Medical Journal, foi conduzido ao longo de dez anos, entre 1997 e 2007. Os cientistas avaliaram a memória, o vocabulário e as habilidades cognitivas – de percepção ou de compreensão – de quase 5,2 mil homens e 2,2 mil mulheres entre 45 e 70 anos, todos, funcionários públicos britânicos.Os resultados demonstraram uma piora em memória e cognição visual e auditiva, mas não em vocabulário – com um declínio mais acentuado nas pessoas mais velhas.
Entre os indivíduos entre 65 e 70 anos, eles perceberam um declínio mental foi de 9,6% entre homens e 7,4% entre mulheres da mesma idade.
Para os cientistas, isso quer dizer que a demência não é um problema exclusivo da velhice, e sim um processo que se desenrola ao longo de duas ou três décadas.
"É importante identificar os riscos cedo. Se a doença começou em um indivíduo nos seus 50 que só começa a ser tratado nos 60, como fazemos para separar causa e efeito?", questiona o professor Archana Singh-Manoux, do Centro de Pesquisas em Epidemiologia e Saúde da População, na França, que conduziu a pesquisa na instituição londrina.
"O que precisamos agora é analisar aqueles que experimentam um declínio cognitivo mais rápido que a média e saber como parar o declínio. Algum nível de prevenção definitivamente é possível", afirma.

Crise de meia-idade

Singh-Manoux argumenta que as taxas de demência devem aumentar na sociedade na medida em que as funções cognitivas estão conectadas a hábitos e estilo de vida, através de fatores como o fumo o nível de exercício físico.
Para a Sociedade contra o Alzheimer, uma organização de pesquisa e lobby no combate à demência, o estudo mostra a necessidade de mais conhecimento das mudanças no cérebro que sinalizam o problema.
"O estudo não diz se qualquer dessas pessoas chegou a desenvolver demência, nem quão viável seria para o seu médico detectar essas primeiras mudanças", afirmou a gerente de Pesquisas da Alzheimer Society, Anne Corbett.
"São necessários mais estudos para estabelecer as mudanças mensuráveis no cérebro que possam nos ajudar a melhorar o diagnóstico da demência."
O diretor de Pesquisas na organização, Simon Ridley, reforçou a necessidade de conscientizar a população sobre os benefícios de ter hábitos saudáveis.
"Embora não tenhamos uma maneira infalível de prevenir a demência, sabemos que mudanças simples de hábitos – adotar uma dieta saudável, não fumar, manter o colesterol e a pressão do sangue sob controle – reduzem o risco de demência", afirmou.
"Pesquisas anteriores indicaram que a saúde na meia-idade afeta o risco de demência durante o envelhecimento, e estas conclusões nos dão mais razões para cumprir as resoluções de Ano Novo."
(BBC Brasil)